quarta-feira, 6 de abril de 2011

Pensamentos sobre um IV encontro AFRO CRISTÃO...

RELATÓRIO DO IV ENCONTRO AFRO CRISTÃO
JUVENTUDE NEGRA: SUJEITO DE DIREITO

Quero começar meu relatório agradecendo pela experiência maravilhosa é impar na vida de qualquer pessoa. Digo isso já mostrando a minha gratidão para com a faculdade referente à oportunidade que me deram de ser um dos escolhidos para participar desse encontro que ocorreu nos dias 1 a 3 de Abril de 2011 na Faculdade Metodista de São Paulo.
O encontro começou com uma acolhida carinhosa das pessoas responsáveis do evento com o som Bate, batuque, bate. Bate, batuque ô. Chamando atenção para o inicio do encontro, esse atabaque participou ativamente neste encontro. Como nossa irmã Diná disse “Esse atabaque, foi consagrado pelo Bispo Adolfo Evaristo”.
Os jovens na verdade era o foco desse encontro com uma palavra abençoada do Bispo Adriel “Se os teus olhos forem bons, o teu corpo será luz” fazendo todas/os a uma reflexão pessoal sobre o tema e sobre a nossa espiritualidade. Ele também deixou três observações: 1º Educação pode mudar o mundo, 2º temos que odiar o racismo, tirando dentro de nós o racismo oculto que muitas vezes achamos que não temos, mas temos e o 3º e não menos importante é “Sonho que um dia, todos podem viver em união”.
Depois dessas pastorais no encontro, foi o momento das palestras e comentários que tiveram um grande impacto na sociedade brasileira, através do Pastor Marcos Feliciano e do Deputado Jair Bolsonaro que tiveram atitude racista nos seus comentários sobre o negro e sobre a África ser o que é hoje pela maldição de Noé para com o teu filho que ele amaldiçoou.  O engraçado é que dentro do encontro se ouvia que aquilo era verdade para alguns cristãos que ali se encontrava. Lógico que isso ficava em off e contido entre essas pessoas que acreditava nisso. A cor da pele ainda é o foco do preconceito mundial e a ONU já observou isso ao ponto de alerta o mundo sobre essa desigualdade.
O professor José Vicente um homem muito culto e honrado diz que nos Estados Unidos, já existe faculdades de negros há muito tempo, e que a mais novinha entre elas é de um pouco mais de cento e trinta anos, levando a todos/as a pensar ali naquele momento tão sublime que a abolição da escravidão no Brasil está fazendo Cento e vinte três anos. O Brasil foi o ultimo a parar com a escravidão e ficamos mais de trezentos anos praticando este ato tão absurdo.

Outra palestrante a Doutora Juliana de Souza fez a seguinte pergunta “O negro é excluído por ser pobre ou ele é pobre por ser excluído?”. Puxou um relatório onde que em 1842 o perfil negro era de vagabundo e a pergunta é “Como vamos desconstruir esta imagem?” A imagem do negro/a passa pelo corpo, cabelo e principalmente imagem. Até hoje temos famílias negras que acham que seus filhos/as têm que ser duas vezes melhor, para vencer as dificuldades e mostrar para o mundo que é capaz. Isso causa de certa forma um impacto na vida dessas pessoas. Pois eles/as trabalham mais em casa, no próprio trabalho braçal são mais requisitados, geralmente não moram perto das escolas e tem menos tempo para brincar também segundo pesquisas apresentada neste encontro.
Outro fato importante e o medo dos governantes darem poder ao negro. Acham que ele/as podem voltar ao passado, ou seja, voltar à sede de justiça contra aos seus antepassados e se vingar de tudo que aconteceu com eles/as. Creio que pela graça de Deus isso não é uma visão ampla desse fato. Percebe-se que eles/as estão buscando mais conhecimentos e hoje já tem, mesmo que pequena, uma parte da população negra do Brasil buscando estudar. Isso foi chamado atenção neste encontro, pois os palestrantes eram pessoas estudadas e já tinham seus Mestrados e Doutorados. Isso foi um exemplo ali. Ele/as correram atrás dos estudos e não se calaram e nem acreditaram que não ia conseguir.
Houve um palestrante o Pastor Roberto da Igreja Presbiteriana de Brasília que disse na sua apresentação que temos que conhecer outras religiões antes de julgar. Isso me fez pensar num fato importante neste encontro com um irmão de Angra do Reis – RJ e é filho de Oxóssi o irmão Emerson me disse que “Anderson, os meus antepassados não conhecia o Deus branco, nós só conhecia o nosso Deus negro” e também não tinha como conhecer a cultura dos brancos, pois não tínhamos contato com eles... Eles nos impuseram uma cultura de branco. Nós podíamos adorar os santos brancos e não podíamos adorar os nossos santos negros.
Ele me ensinou mais uma vez, antes de julgar, vamos conhecer a cultura do outro. Ele como umbandista reconhece o valor de Jesus Cristo aqui na terra e sabe da importância que isso trás para a humanidade... Porém ele se simpatizou com a cultura e a religião que veio do seu povo, sendo ele de um Quilombo em Angra dos Reis.
Um fato importante desse encontro também foi o relatório apresentado e chamando atenção para o seguinte fato: A cada três mortes no Brasil, dois são de jovens negros. Levando assim a um genocídio oculto aos nossos olhos.         
Nos como cristãos/ãs temos que prestar atenção neste detalhes, estão matando os nossos jovens dentro e fora da igreja. Será por quê? Esta é a resposta que não temos como calar dentro desse encontro.
Varias propostas foram colocadas neste encontro, como por exemplo, dando mais oportunidades para os jovens negros, não só referente ao trabalho e estudos, mas também dentro das nossas igrejas. Tirar da nossa cabeça que todos os instrumentos dos africanos foram consagrados para o diabo ou deuses do mal. E por ultimo e parar de achar que “Os negros eram todos escravos, sendo que na verdade eles/as eram livres, eram filhos/as de reis e rainhas, eram príncipes e princesa, eram lideres na sua comunidade de fé e também na sua comunidade, eram também filhos/as de sacerdotes e principalmente pessoas comuns que tiveram suas vidas destruídas pela cultura ocidental e principalmente homens cruéis e covardes”. É um momento onde temos que parar e refleti sobre o que pensamos e brincamos com os negros/as do nosso país.
Para finalizar meu relatório, digo o seguinte ficamos com um gosto de quero mais. Porém percebemos que não há cor ou raça diante das pessoas que tem o mesmo pensamento. Olhar para o próximo como a nossa imagem e semelhança, e não ficar com o discurso barato, mas para fazer a diferença tem que começar em nós. O preconceito oculto tem que morre.  Lembro-me que oportunidade como está tem que sair das quatros paredes e ganhar força fora também, não com força braçal ou guerra, mas com dialogo e respeito. Isso vale tanto para o dialogo humanos entre negros e brancos, mas também no contexto religioso que a África nos proporciona a aprender com eles em adoração e dedicação ao nosso Deus. Deus de negros e brancos, Deus de todas as nações.
Para terminar fico com esta frase “Quando a espiritualidade do outro nos faz bem... Ela na verdade não pode me agredir. E que a graça de Deus Pai, Filho e Espírito Santo esteja conosco nos abençoando para todo o sempre. Deixo para vocês um canção que diz Paz para todos.

Paz para todos: Shalom, Py’Aguapy, Paz, Xirê e Axé   [Liséte Espindola]

Faculdade de Teologia - Fateo
Aluno: Anderson Magno Nascimento da Silva
2º ano da Faculdade de Teologia 3º Semestre
RELATÓRIO APRENSETADO PARA A FACULDADE DE TEOLOGIA - FATEO