quinta-feira, 24 de outubro de 2013

SER ENSINÁVEL...

Texto motivador: Marcos 7. 24 – 30


Levantando-se, partiu dali para as terras de Tiro [e Sidom]. Tendo entrado numa casa, queria que ninguém o soubesse; no entanto, não pôde ocultar-se, porque uma mulher, cuja filhinha estava possessa de espírito imundo, tendo ouvido a respeito dele, veio e prostrou-se-lhe aos pés. Esta mulher era grega, de origem siro-fenícia, e rogava-lhe que expelisse de sua filha o demônio. Mas Jesus lhe disse: Deixa primeiro que se fartem os filhos, porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Ela, porém, lhe respondeu: Sim, Senhor; mas os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem das migalhas das crianças.  Então, lhe disse: Por causa desta palavra, podes ir; o demônio já saiu de tua filha.  Voltando ela para casa, achou a menina sobre a cama, pois o demônio a deixara. [1]

Jesus também se comportou como um grande religioso da sua época. Como no caso desse encontro entre Ele e a mulher síro-fenícia em território estrangeiro. Jesus sabia que os fenícios sempre levaram vantagens sobre o povo da Galileia. E isso, sempre gerou um “ódio” oculto ou revelado por partes dos judeus da galileia. Porém, neste mesmo encontro, Jesus teve que superar as dificuldades da sobrevivência e da raiva que foi gerado durante anos e anos entre esses dois povos. Além de tudo, teve que perder o preconceito de conversar com uma mulher em público.
            Da mesma forma, essa mulher, que correu em direção a Jesus e se prostrou e Lhe chamou de Senhor, reconhecendo a Sua autoridade naquela terra, também teve que quebrar um preconceito de conversar e pedir ajuda para um Homem que pensava completamente diferente dela e do seu povo. Uma vez que, entendemos que, até então, salvação era coisa exclusiva dos Israelitas. E era impossível aceitar salvação a outra nação.
            E Jesus, sendo até então religioso por assim entender, foi indiferente com essa mulher, que foi procurar ajuda para sua filha. Ou seja, uma cura. Ao pedir ajuda, ela recebeu a seguinte resposta de Jesus que surpreende qualquer um numa primeira leitura desse texto: Deixa primeiro saciar os filhos; porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. (Marcos 7. 27).
            Essa resposta de Jesus mostra verdadeiramente a postura e a mentalidade do povo e também de Jesus na época. Antes desse maravilhoso encontro, podemos considerar Jesus até então um religioso e um conservador nato da lei e das tradições que foram ensinadas para Ele.
            O termo “cachorrinho” era considerado até então como um/a impuro/a e também simbolizada como prioridade do povo de Israel sobre os “gentios”. Portanto, o que vale lembrar aqui é que essa mulher não deixou que o orgulho e o preconceito vindo das duas partes o impedisse de buscar algo para a sua filha.
            E a coragem dela, ao reconhecer que Jesus é Senhor, de reconhecer que o povo de Israel tinha primazia, ou seja, superioridade e a dignidade que era legitimada há anos por essa nação.
            Sendo assim, podemos concluir que foi a existência dessa mulher que fez Jesus rever seus conceitos sobre prioridade e também salvação. Depois desse fato, claro que sabemos que aconteceu, essa menina foi “salva” foi “curada”.
            Uma vez que, já aprendemos que o termo salvação também está ligado com a área da saúde física e mental. Isto é, essa passagem, nos reflete a pensar no diálogo e no relacionamento com o outro que pensa e age diferente de nós. Jesus quebrou preconceitos e barreiras. Deu um passo importante para “salvar” o outro. Ou no caso desse texto, a outra. Que além de tudo, era uma criança.
            Que o exemplo de Cristo Jesus nos traga clareza ao acabar com preconceitos religiosos em nossas vidas. Jesus não teve medo de dialogar e de certa forma observar o comportamento das pessoas que pensavam diferente d`Ele.
            Jesus na verdade se deixou ensinar e ensinou também... Creio que o dialogo foi o grande exemplo para cada um/a de nós acreditarmos no dialogo com aquele que pensam e age diferente de nós. Uma vez que, a grande intenção de Deus e que todos/as fazem parte do Grande Banquete Celestial que vai ser lindo.


Deus abençoe... 




[1] Sociedade Bíblica do Brasil. 2003; 2005. Almeida Revista e Atualizada - Com Números de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil