Texto motivador: Marcos
7. 24 – 30
Levantando-se,
partiu dali para as terras de Tiro [e Sidom]. Tendo entrado numa casa, queria
que ninguém o soubesse; no entanto, não pôde ocultar-se, porque
uma mulher, cuja filhinha estava possessa de espírito imundo, tendo ouvido a
respeito dele, veio e prostrou-se-lhe aos pés. Esta mulher
era grega, de origem siro-fenícia, e rogava-lhe que expelisse de sua filha o
demônio. Mas Jesus lhe disse: Deixa primeiro que se fartem os
filhos, porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.
Ela, porém, lhe respondeu: Sim, Senhor; mas os cachorrinhos, debaixo
da mesa, comem das migalhas das crianças. Então, lhe disse: Por causa desta
palavra, podes ir; o demônio já saiu de tua filha. Voltando ela para casa, achou a
menina sobre a cama, pois o demônio a deixara. [1]
Jesus também se
comportou como um grande religioso da sua época. Como no caso desse encontro
entre Ele e a mulher síro-fenícia em território estrangeiro. Jesus sabia que os
fenícios sempre levaram vantagens sobre o povo da Galileia. E isso, sempre
gerou um “ódio” oculto ou revelado por partes dos judeus da galileia. Porém, neste
mesmo encontro, Jesus teve que superar as dificuldades da sobrevivência e da
raiva que foi gerado durante anos e anos entre esses dois povos. Além de tudo, teve
que perder o preconceito de conversar com uma mulher em público.
Da mesma forma, essa mulher, que correu em direção a
Jesus e se prostrou e Lhe chamou de Senhor, reconhecendo a Sua autoridade
naquela terra, também teve que quebrar um preconceito de conversar e pedir
ajuda para um Homem que pensava completamente diferente dela e do seu povo. Uma
vez que, entendemos que, até então, salvação
era coisa exclusiva dos Israelitas. E era impossível aceitar salvação a outra nação.
E Jesus, sendo até então religioso por assim entender,
foi indiferente com essa mulher, que foi procurar ajuda para sua filha. Ou
seja, uma cura. Ao pedir ajuda, ela recebeu a seguinte resposta de Jesus que
surpreende qualquer um numa primeira leitura desse texto: Deixa primeiro saciar os filhos; porque não convém
tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. (Marcos 7. 27).
Essa resposta de Jesus mostra verdadeiramente
a postura e a mentalidade do povo e também de Jesus na época. Antes desse
maravilhoso encontro, podemos considerar Jesus até então um religioso e um
conservador nato da lei e das tradições que foram ensinadas para Ele.
O termo “cachorrinho” era
considerado até então como um/a impuro/a e também simbolizada como prioridade
do povo de Israel sobre os “gentios”. Portanto, o que vale lembrar aqui é que
essa mulher não deixou que o orgulho e o preconceito vindo das duas partes o
impedisse de buscar algo para a sua filha.
E a coragem dela, ao reconhecer que
Jesus é Senhor, de reconhecer que o povo de Israel tinha primazia, ou seja,
superioridade e a dignidade que era legitimada há anos por essa nação.
Sendo assim, podemos concluir que
foi a existência dessa mulher que fez Jesus rever seus conceitos sobre
prioridade e também salvação. Depois
desse fato, claro que sabemos que aconteceu, essa menina foi “salva” foi
“curada”.
Uma vez que, já aprendemos que o
termo salvação também está ligado com
a área da saúde física e mental. Isto é, essa passagem, nos reflete a pensar no
diálogo e no relacionamento com o outro que pensa e age diferente de nós. Jesus
quebrou preconceitos e barreiras. Deu um passo importante para “salvar” o
outro. Ou no caso desse texto, a outra. Que além de tudo, era uma criança.
Que o exemplo de Cristo Jesus nos
traga clareza ao acabar com preconceitos religiosos em nossas vidas. Jesus não
teve medo de dialogar e de certa forma observar o comportamento das pessoas que
pensavam diferente d`Ele.
Jesus na verdade se deixou ensinar e
ensinou também... Creio que o dialogo foi o grande exemplo para cada um/a de
nós acreditarmos no dialogo com aquele que pensam e age diferente de nós. Uma
vez que, a grande intenção de Deus e que todos/as fazem parte do Grande
Banquete Celestial que vai ser lindo.
Deus abençoe...
[1] Sociedade Bíblica do Brasil. 2003; 2005. Almeida
Revista e Atualizada - Com Números de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil