quarta-feira, 5 de novembro de 2014

LÁZARO A QUEM DEUS AJUDA



TEXTO MOTIVADOR: João 11. 1 – 46

 

1 Estava enfermo Lázaro, de Betânia, da aldeia de Maria e de sua irmã Marta. 2 Esta Maria, cujo irmão Lázaro estava enfermo, era a mesma que ungiu com bálsamo o Senhor e lhe enxugou os pés com os seus cabelos. 3 Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: Senhor está enfermo aquele a quem amas. 4 Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado. 5 Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. 6 Quando, pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava. 7 Depois, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judéia. 8 Disseram-lhe os discípulos: Mestre, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e voltas para lá? 9 Respondeu Jesus: Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; 10 mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz. 11 Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo. 12 Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. 13 Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. 14 Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu; 15 e por vossa causa me alegro de que lá não estivesse, para que possais crer; mas vamos ter com ele. 16 Então, Tomé chamado Dídimo, disse aos condiscípulos: Vamos também nós para morrermos com ele. 17 Chegando Jesus, encontrou Lázaro já sepultado, havia quatro dias. 18 Ora, Betânia estava cerca de quinze estádios perto de Jerusalém. 19 Muitos dentre os judeus tinham vindo ter com Marta e Maria, para as consolar a respeito de seu irmão. 20 Marta, quando soube que vinha Jesus, saiu ao seu encontro; Maria, porém, ficou sentada em casa. 21 Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão. 22 Mas também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá. 23 Declarou-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir. 24 Eu sei, replicou Marta, que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia. 25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; 26 e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto? 27 Sim, Senhor, respondeu ela, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo. 28 Tendo dito isto, retirou-se e chamou Maria, sua irmã, e lhe disse em particular: O Mestre chegou e te chama. 29 Ela, ouvindo isto, levantou-se depressa e foi ter com ele, 30 pois Jesus ainda não tinha entrado na aldeia, mas permanecia onde Marta se avistara com ele. 31 Os judeus que estavam com Maria em casa e a consolavam, vendo-a levantar-se depressa e sair, seguiram-na, supondo que ela ia ao túmulo para chorar. 32 Quando Maria chegou ao lugar onde estava Jesus, ao vê-lo, lançou-se lhe aos pés, dizendo: Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido. 33 Jesus vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam, agitou-se no espírito e comoveu-se. 34 E perguntou: Onde o sepultastes? Eles lhe responderam: Senhor, vem e vê! 35 Jesus chorou. 36 Então, disseram os judeus: Vede quanto o amava. 37 Mas alguns objetaram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer que este não morresse? 38 Jesus, agitando-se novamente em si mesmo, encaminhou-se para o túmulo; era este uma gruta a cuja entrada tinham posto uma pedra. 39 Então, ordenou Jesus: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias. 40 Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus? 41 Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. 42 Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste. 43 E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! 44 Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir.  45 Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo visitar Maria, vendo o que fizera Jesus, creram nele. 46 Outros, porém, foram ter com os fariseus e lhes contaram dos feitos que Jesus realizara. [1]

Algum tempo atrás me deparei com esse versículo: Jesus chorou (Jo 11. 35) e desejei montar um sermão para entender melhor o motivo que fez Jesus Cristo chorar... Não era por que “eu” achava que isso nunca poderia ter acontecido. Mas, por vários motivos que entendemos que Ele é Filho de Deus (e quando pensamos em Deus, isso parece impossível chorar).

E eu creio nisso meus amados, num Deus que chora. Me deparei então, observando Jesus Cristo como um humano e sentindo a dor, o sofrimento, a angústia de pessoas em luto... Já que entendemos que “luto” não tem haver somente com a morte física de alguém, mas, também originado por outras causas (separação, partida, rompimento, amargura, desgosto e também certo sinais que podem apresentar certos sinais do luto).

Ver a atitude de Cristo Jesus nos choca... Pois, segundo seus seguidores, ficaram preocupados em voltar para um lugar, onde já havia prometido matar Jesus caso Ele voltasse. Porém, o Amor d`Ele era maior que o medo e a perseguição que Ele sofria ou poderia sofrer naquele lugar.

Neste texto de João 11, podemos destrinchar vários pontos que nos chamam atenção. No entanto, desejo ficar com um que é essencial para nós que é o Amor de Cristo...
 

A cidade de Betânia = “casa dos dátiles” ou “casa da miséria”. Era uma vila no Monte das Oliveiras, cerca de 3 Km de Jerusalém, sobre ou próximo ao caminho a Jericó. Era uma cidade ou vila ao leste do Jordão, onde João estava batizando. [2]

Entretanto, Jesus Cristo tinha uma consideração enorme por essa família e não se importou com as dificuldades e problemas que poderia enfrentar. Mesmo assim, como eu disse no texto e a Bíblia deixou claro... Ele voltou.

Jesus Cristo quer voltar amados/as para resolver e acabar com os nossos problemas e lutos que enfrentamos no nosso dia a dia. Assim sendo, Ele deseja entrar na nossa casa e fazer o Grande Milagre. Lazaro não era uma pessoa qualquer.

Lázaro que no significado do seu nome é = “a quem Deus ajuda” (uma forma do nome hebraico Eleazar). Era habitante de Betânia, amado por Cristo e ressuscitado da morte por Ele. Logo segundo o próprio Jesus Cristo disse que Lázaro era uma pessoa muito pobre e coitada. Conforme nos mostra o texto de Lucas 16. 20-25. [3]

Todavia, o que este texto tem haver com a nossa vida e também ministério, ou seja, com o nosso ofício e missão?   Tem haver com o seguinte… Não importa se somos rico ou pobre... Jesus quer manifestar a Glória de Deus na nossa casa... Você crer? Eu creio e recebo essa palavra profetica para minha vida e receba você também.

O que a morte de Lazaro representa para cada um de nós neste momento? Para isso, me deparei com um texto muito bonito de um professor que me deu aula e me ensinou muito a paixão por fazer um belo sermão que foi o Professor Luiz Carlos Ramos, que num belo texto, soube expressar muito bem esse encontro e o que isso representa para cada um de nós.

Ele inicia assim: Lázaro é a personificação de todo enfermo. Por que Lázaro adoeceu? Por que Lázaro morreu? Segundo Jesus, a enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus. Como pode ser isto?

No tempo de Jesus, havia duas correntes predominantes no que diz respeito ao entendimento sobre a morte: (1) a dos saduceus, que não acreditavam na ressurreição física, mas entendiam a continuidade da vida por meio da descendência (daí a importância de gerar filhos, e a angústia em relação à infertilidade); e (2) a dos fariseus, que acreditavam, sim na ressurreição física, mas a projetavam para o “dia do juízo”, para o “último dia”.

Numa primeira leitura, é possível confundir a postura cristã com a farisaica, pois ambos acreditamos na ressurreição. Mas há uma diferença sutil, porém essencial entre elas. Ao adiar a ressurreição para um futuro remoto, o que poderia ser, num primeiro momento, sinal de esperança e de consolação, tornou-se, por interesses político-econômico-religiosos escusos, instrumento de opressão e dominação. Ao projetar a vida plena para um futuro, no além, abafavam-se e continham-se aspirações mais imediatas, reivindicações de melhores condições para o aqui e o agora.

Esse sistema de crença foi amplamente promovido ao longo da história, principalmente como mecanismo de contenção do espírito revolucionário das massas.

A teologia escapista das igrejas dos escravos nos EUA são um bom exemplo disso. Uma vez que não podemos esperar nada desta vida, resta sonhar com um “celeste porvir”, uma “pátria celeste”, na expectativa de subirmos para “gozar no céu”, pois lá, sim, “há morada feliz”.Por influência de certos missionários, muito dessa teologia escapista dominou a cultura mediana dos protestantes brasileiros.

Voltemos ao texto do evangelho. Maria, bem doutrinada pelos pranteadores fariseus, que lá foram “consolá-la”, também cria na ressurreição do último dia. Mas Jesus a ensinou a não se conformar com a morte dizendo categoricamente: “Eu sou a ressurreição e a vida.”

Ainda que corramos o risco de alegorizar, consideremos não o que dizem os fariseus, mas o que nos ensina Jesus, com a história da ressurreição de Lázaro.

 

 

O cheiro da morte (e o quarto dia)

Para a reconquista da vida é preciso ir até onde estão os sepulcros e enfrentar o cheiro da morte: “Já cheira mal, já faz quatro dias…” Quatro, simbolicamente, é o número da limitação humana. E a limitação humana tem cheiro de morte. Mas, como bem nos lembrou Nietzsche: “somente onde há sepulturas, pode haver ressurreições…”

 

A pedra

Além do cheiro da morte, nos damos conta de que há sempre pedras fechando os túmulos. Não faltam obstáculos tratando de impedir o acesso à vida. Jesus intercede em favor de Lázaro diante de Deus que sempre ouve as orações dos justos, mas Deus não faz o que compete a nós fazermos. Quem tem de tirar a pedra são os discípulos: “Tirai a pedra…”

 

A ressurreição

Depois de falar com Deus e pedir aos que estavam com ele para que tirassem a pedra, Jesus, agora, dirige-se a Lázaro: “Vem para fora!” Deus fez a parte dele, os discípulos fizeram a deles, mas agora é a vez de Lázaro.

É preciso que Lázaro saída do sepulcro por seus próprios pés. Mais uma lição de autonomia… A superação da morte e a reconquista da vida é um trabalho em mutirão, de responsabilidade partilhada, que requer a participação efetiva e afetiva de todos.

 

As ataduras

Mas Lázaro não sai do túmulo em plenas condições de retomar a vida. Ainda está envolto na mortalha da morte. Esta adere à nossa carne, se prende ao nosso corpo com tamanha força que é como se quisesse agarrar também o nosso espírito.

Assim, da mesma forma como aconteceu com a pedra, haverá de ser com as ataduras. Deus, se pode, não quer tirar-lhe as ataduras, e Lázaro ainda que queira, não pode fazê-lo. Este é um privilégio concedido a nós: libertar os seres humanos das amarras que os mumificam.

 

Conclusão

Porque há morte, também há de haver ressureições. Porque há pedras grandes sobre os túmulos, há de haver solidariedade. Porque há múmias, há de haver seres humanos autônomos e sujeitos da sua história. Porque há amarras há de haver libertação.

Cremos na ressurreição dos mortos, mas não somente lá, num futuro longínquo. Porque Jesus disse: “Eu dou a ressurreição e a vida”, cremos na resurreição já! e na vida plena, aqui e agora!                 © Luiz Carlos Ramos, 2011 [4]

 
Que Deus venha nos ajudar a compreender todo simbolismo que está por de trás dos textos Bíblicos… Todo Seu amor e cuidado para com todos. Deus, através de Seu Filho amado e também pela ação do Espírito Santo, nos ajudou e nos ajuda todos os dias a sair das situações de morte para vida.

Para isso, deixa o Deus Trino entrar na sua casa e entrar na sua vida. Deixa Ele te ajudar e mostrar que você é especial para Ele. Jesus, assim como voltou para resolver a situação de Lazaro, Ele também é capaz de voltar para você e lhe ajudar a sair da situação de morte para a vida.

Não importa quando tempo você se encontra na posição de morto… Ei! Preste atenção. Ele (Jesus Cristo) pode lhe salvar e vai lhe salvar. Basta você levantar suas mãos e dizer sim, eu quero e desejo… Que Ele vai ao seu encontro.

Só para concluir… Talvez esteja pensando assim. Lazaro estava morte e não levantou as mãos. Mas, Jesus Cristo conhecia aquela família, conhecia Lazaro e sabia que aquela enfermidade seria para glorificar o nome de Deus.

Estou dizendo para você, que existem pessoas que choram e querem ver você sair dessa situação de morte para vida… E existe uma bela canção que tem um trecho muito bonito que diz assim: Ei amigo morto, saia para fora, Jesus, está lhe chamando agora.

Saia para fora e viva na Presença de Deus.



 

 



[1] Sociedade Bíblica do Brasil. 2003; 2005. Almeida Revista e Atualizada - Com Números de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil.
[2]  Strong, J., & Sociedade Bíblica do Brasil. 2002; 2005. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil
[3]  Idem.
[4] Disponível em: < http://www.luizcarlosramos.net > - Acesso em 20 de outubro de 2013.